12 de abr. de 2012

Atropelamento de cães

     Manhã de domingo de Páscoa. Saí de casa preparada para trabalhar bastante durante o plantão na clínica veterinária em que trabalho. Eu achava que sabia o que iria encontrar na rotina daquele feriado: CÃES INTOXICADOS POR CHOCOLATE. Mas para a minha surpresa, não atendi nenhum cãozinho intoxicado por teobromina! Tudo bem. Um dos cães atendidos havia comido a embalagem vazia de um ovo de Páscoa. Mas este caso não conta. Afinal, nem era o motivo principal da consulta e só descobrimos através de radiografia abdominal.
    Os vilões deste feriado não foram os chocolates, mas sim, os carros. Isso mesmo! O índice de atropelamentos neste feriado me surpreendeu. As causas dos acidentes foram várias, e eu, citei abaixo, algumas situações hipotéticas que ilustram algumas dessas causas.   
  • Passear com o cão sem guia e coleira
Muitos cães  sabem andar ao lado de seus donos durante o passeio, sem utilizar as guias e coleiras. Mas é  muito frequente aquela cena em que há um desvio de rota: o cão baixinho e abusado encara o grandão do outro lado da rua. Neste momento, o baixinho destemido e solto, resolve tirar satisfação e parte para cima do "big dog" - que está preso -, sem se importar com nada ao seu redor ou muito menos com os obstáculos até chegar ao alvo. E de repente, ao atravessar correndo a rua e em questão de segundos, já houve a colisão. Em situações assim, diz-se: "o cachorro atropelou o carro, e não o carro atropelou o cachorro!". Também pode acontecer  a inversão de papéis, e o grandão solto sair em disparada em busca do pequenino e indefeso cãozinho amarrado pela guia.
  • Atitude inesperada do cão
Peludindo sai para passear com o dono, preso pela guia. De repente, um som alto ou até mesmo uma ação de outro cão contra ele, lhe causam um susto. O proprietário, distraído e sem esperar aquela atitude do animal (que sai correndo sem rumo), deixa escapar a coleira. É muito comum a coleira arrebentar com o tranco, deixando o animal desempedido para correr para longe.
  • Descuido do proprietário ao entrar ou sair da residência
O proprietário vai entrar ou sair de casa. Ao ouvir o tilintar das chaves, eis que surge aquele baixinho fujão se aproximando. E no momento em que a porta se abre, o cãozinho resolve incorporar o Neymar e dribla o proprietário, ganhando assim a tão desejada liberdade. Os cães maiores não costumam driblar, eles atropelam mesmo, e dão o famoso "chega-prá-lá" no dono.
  •  Imprudência (e porquê não dizer irresponsabilidade) dos motoristas
Lá vem o vizinho, com seu carro esporte reluzente, som estrondoso e motor potente. Enquanto fala ao celular, ele se esquece da velocidade permitida em áreas residenciais. Nessa hora, atravessa a rua correndo o nosso baixinho destemido citado acima. O risco aumenta ainda mais pelo consumo de bebidas alcoólicas, e da mesma forma como ocorrem acidentes com os animais, poderia acontecer com uma criança que está brincando na rua.
  • Deixar o cão solto e desacompanhado
Manhã ensolarada de feriado, e a movimentação da rua deixa toda a cachorrada da vizinhança agitada, latindo incansavelmente. O dono, querendo dormir até mais tarde e já cansado de gritar "cala a boca, cachorro!", se levanta da cama, descabelado, vai até o portão de casa e diz para o seu mascote obediente: "vai dar uma voltinha". Ele abre o portão, dá o passe livre ao peludo, fecha o portão, e se arrasta novamente até a cama, para desfrutar de mais algum tempinho debaixo das cobertas. E enquanto isso, o cão que conquistou a liberdade, corre sem rumo (afinal, se o proprietário muda de idéia, e o manda voltar?). E de repente, entra em ação aquele vizinho com o carro esporte e veloz.

     As historinhas contadas acima podem até ser engraçadas. Tenho que admitir que para criá-las, tive forte influência da minha casuística no consultório veterinário, e leve cooperação dos meus vizinhos e amigos.
    Os atropelamentos são nocivos não só aos animais, que podem sofrer lesões severas e irreversíveis, ou até mesmo risco de morte. Mas também podem provocar danos aos motoristas e transeuntes. 



Mas, como evitar estes atropelamentos?   
  1. Utilizar sempre guias e coleiras para passear com os cães;
  2. As guias e coleiras devem ser de boa qualidade, e , devem ser devidamente reguladas de acordo com o tamanho e peso do animal, lembrando de verificar os fechos antes dos passeios;
  3. Estar sempre atento às reações do animal, e à aproximação de outros cães ou pessoas;
  4. Cuidado redobrado ao entrar ou sair da residência, ondem podem ser instalados portões de segurança que ajudam a conter os animais fujões;
  5.  Os motoristas devem ser cautelosos ao dirigir próximo a áreas residenciais, respeitando o limite de velocidade dessas vias;
  6. Nunca deixar um cão solto e desacompanhado em vias públicas;
  7. A castração ajuda a prevenir acidentes, pois animais castrados tendem a deixar de fugir, para ir ao encontro de parceiros.
    Beijos,

     Michelle :)

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